25 de março de 2013

Ao cuidado da Troika

"O Cohen colocou uma pitada de sal à beira do prato e respondeu, com autoridade, que o empréstimo tinha de se realizar «abruptamente». Os empréstimos em Portugal constituíam hoje uma das fontes de receita, tão regular, tão indispensável, tão sabida como o imposto. A única ocupação mesmo dos ministérios era esta - «cobrar o imposto» e «fazer o empréstimo». E assim se havia de continuar...
Carlos não entendia de finanças: mas parecia-lhe que, desse modo, o país ia alegremente e lindamente para a bancarrota.
- Num golpezinho muito seguro, e muito a direito - disse o Cohen sorrindo. - Ah, sobre isso, ninguém tem ilusões, meu caro senhor."

Os Maias, Eça de Queirós

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