Um ao serviço de sua majestade. O outro em serviço de jornalista no Estoril. Assim se tornou Enrique Vila-Matas o primeiro espanhol a entrar num filme de Bond. Ele garante que os mais atentos o conseguem encontrar na cena do casamento de Ao Serviço de Sua Majestade. Mas os mais atentos também sabem que, enquanto jornalista, Vila-Matas ficou conhecido por inventar entrevistas. Acredita quem quer.
19 de novembro de 2012
My name is Matas. Vila-Matas.
Um ao serviço de sua majestade. O outro em serviço de jornalista no Estoril. Assim se tornou Enrique Vila-Matas o primeiro espanhol a entrar num filme de Bond. Ele garante que os mais atentos o conseguem encontrar na cena do casamento de Ao Serviço de Sua Majestade. Mas os mais atentos também sabem que, enquanto jornalista, Vila-Matas ficou conhecido por inventar entrevistas. Acredita quem quer.
17 de novembro de 2012
Mo Yan e a actualidade portuguesa
“A culpa é toda
daquele sacana do Sha Yueliang. A emboscada dele é que enfureceu os japoneses,
que se puseram contra nós, os civis, a assassinar-nos à toa”
13 de novembro de 2012
Velhices
A velhice em Roth é para ser adorada da única forma que é possível adorar a velhice. O que é para odiar é este rumo da velhice de Roth. Estraga a não velhice de muita gente e a velhice de outros tantos. Faz-nos (a nós e a ele) morrer um bom bocado mais cedo e isso é que é uma merda que o envelhecer dispensava. Até o envelhecer daqueles seres que só gostavam de Roth antes de ele ser um dos favoritos das massas para o Nobel.
9 de novembro de 2012
Dois Rios
Dois Rios
Tatiana Salem Levy
Tinta-da-China
16,20€
****
É difícil adivinhar como estaria a ser a vida de alguém que
parou agora para ler a Time Out se por acaso não tivesse decidido parar agora
para ler a Time Out. Chamemos-lhe escolhas, destino, reflexão sem interesse ou
seguimos a elaborar em direcção ao efeito borboleta, mas é um pensamento que
ocorre uma vez por outra e que pode ser aplicado a cada segundo.
Aqui, esse segundo é o momento em que Marie Ange, uma
francesa, decide ou não embarcar num avião para o Rio de Janeiro. É essa a
escolha que nos divide a narrativa. E podiam ser apenas esses os dois rios a
inspirar o título do livro: o rio que seria o rumo da sua vida e dos outros em
seu redor caso tomasse uma decisão, e o rio que seria caso tomasse a outra.
Podiam ser, se aqui os dois rios não significassem muito mais.
São desde logo o nome de uma pequena vila no Brasil, uma
ilha quase abandonada onde já existiu uma prisão para prisioneiros políticos e
uma infância feliz com banhos de mar e estrelas, e onde hoje só existem
memórias a precisar de solução. E são também Joana e Antônio, os dois irmãos gémeos
que se encontram, a um tempo ou outro, com Maria Ange, mas que na verdade, com
efeito borboleta ou sem ele, caminham apenas para se encontrar um com o outro.
Porque haja ou não haja uma mãe obsessivo-compulsiva a ouvir “Ne Me Quitte Pas”
em loop, há fios da memória que nunca
deixam de nos entrelaçar e são esses que são aqui tecidos na perfeição, com
todos os ‘ses’, pesos do passado e saudades em forma de apego a que têm
direito.
(Texto publicado na Time Out Lisboa Nº265)
6 de novembro de 2012
Intoxicação
Contra a crise, boicotar o rock. Contra a lógica, um romance de Britney Spears publicado pela Harper Collins. Contra as prateleiras reais vazias, prateleiras virtuais que se querem cheias.
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